Um documento que pede a revogação do Novo Ensino Médio, assinado por entidades mato-grossenses que representam os profissionais da Educação e estudantes, será entregue ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT/CE), nesta quinta-feira (25) durante visita do gestor em Cuiabá e Rondonópolis. Este foi um dos encaminhamentos deliberados durante a audiência pública promovida esta semana para discutir o novo ensino médio.
A discussão reuniu integrantes do movimento estudantil, de sindicatos como o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), além de professores dos ensino médio e superior, que defenderam a revogação do novo modelo curricular. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) também participou do encontro.
Além disso, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que presidiu a audiência, aproveitou a oportunidade para cobrar uma mobilização da comunidade escolar para que haja o debate, principalmente no Congresso, e por fim que seja respondida a consulta pública aberta pelo MEC referente à reforma do Ensino Médio.
A consulta pública encerra agora em junho e Lúdio se comprometeu a ajudar a divulgar e garantir que as pessoas se manifestem sobre o assunto. “Primeiro precisamos divulgar, difundirmos, a consulta pública aberta porque se tem algo que é quase consenso entre profissionais da educação que estão no chão da escola, jovens e famílias, é de que este modelo piora ainda mais o Ensino Médio. Temos que divulgar para que as pessoas falem e o Ministério da Educação crie uma proposta de reformulação para que encaminhe ao Congresso”, afirmou.
Lúdio também destacou que a mobilização é importante porque tudo que for discutido pela consulta pública terá que passar pelo Congresso, então o processo de mobilização precisa acontecer. “O debate só está aberto porque houve mobilização no início do ano”, ponderou.
A Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.
Porém, de acordo com Lúdio, o Ensino Médio no Brasil já é problema há muito tempo porque há uma evasão alta, muitas críticas à qualidade dessa formação e é um debate que se abriu em 2018 com a criação dos institutos federais que encontraram um caminho para isso. “Você assegura a formação de base científica, nas ciências exatas, natureza, humanas, linguagens, e dá oportunidade ao estudante, caso ele queira, de se qualificar profissionalmente por meio de um ensino médio integrado e pode buscar a universidade ou mercado de trabalho de acordo com a sua vontade”, explicou.
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