No dia 21 de fevereiro de 2023, sete pessoas foram mortas por dois homens que não aceitaram perder um jogo de sinuca com aposta, segundo a polícia. Um dos autores vai a júri popular em junho, e o outro morreu em confronto com a polícia um dia após o crime.
A chacina em Sinop, a 503 km de Cuiabá, que vitimou sete pessoas, completa um ano nesta quarta-feira (21). O crime aconteceu em um bar, após uma dupla que perdeu um jogo de sinuca não aceitar a derrota. Familiares das vítimas relembram o crime e esperam que “seja feita a justiça”.
“Para quem tem um conhecimento um pouco mais aprofundado, sabe que ele [autor da cachina] tem praticamente todas as qualificadoras para a pena máxima. Que ele pague pelo que fez. Que seja feita a justiça”, disse Cícero Dias Neto, filho de Josué Ramos Tenório, uma das vítimas.
André Furio era o perito de plantão no dia do crime. Segundo ele, foi impactante chegar ao local e encontrar tantos mortos.
“Nós fomos acionados para atender uma ocorrência. A princípio, se falava em homicídio somente. Deslocamos e, chegando lá, já vimos uma multidão. O que choca logo de início é a quantidade de vítimas. No local haviam seis vítimas, e a sétima já tinha sido levada para o hospital”, contou.
Segundo o perito, os disparos foram certeiros e, mesmo as vítimas que fugiram, receberam um disparo cada uma. “O que se vê é que o atirador tinha controle, sabia manejar e não havia reação das vítimas”.
Autores da chacina
Conforme as investigações da Polícia Civil, os autores da chacina, Edgar Ricardo de Oliveira, 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, mataram as sete pessoas depois de perderem um jogo.
“Eles foram de manhã, perderam algumas partidas de sinuca e dinheiro. Depois retornaram à tarde, perderam novamente. E acabaram executando todo mundo sem nenhum motivo”, disse o delegado da Polícia Civil, Bráulio Junqueira.
Ainda de acordo com o delegado, o crime ocorreu por volta das 16h do dia 21 de fevereiro de 2023, e às 3h do dia 22, ele já havia colhido depoimento das testemunhas, já estava com as imagens nas mãos e com a qualificação dos suspeitos. “O crime já estava praticamente esclarecido”.
Edgar vai a júri popular no próximo dia 18 de junho. A data foi designada pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal do município, na última quarta-feira (14). A defesa do acusado informou que trabalha “não para isentar a responsabilidade de Edgar, mas sim, para lutar por uma pena justa”.
Já o segundo autor do crime, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em confronto com a polícia, um dia após o crime.
Lembranças
Mesmo depois de um ano, os disparos ainda “perseguem” os moradores da rua do bar. Pessoas que viram e ouviram a chacina.
“Eu lembro que estava vindo da casa do meu cunhado. Cheguei e entrei com a caminhonete, aí já vi a menina caída, morta. […] Todo lugar que viu, lembro. Eu já vi coisa feia, mas ali foi pior”, contou José Firmino da silva, que mora na rua do bar.
Mortes
O primeiro a morrer foi Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos. O segundo, Orisberto Pereira Sousa, de 38 anos. Na sequência, Elizeu Santos da Silva, de 47 anos. Em seguida, Josué Ramos Tenório, de 48 anos. Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos, foi o quinto baleado.
Já na área externa do bar, outras duas vítimas: Adriano Balbinote, de 46 anos, e Larissa Frasão de Almeida, de apenas 12 anos.
Como está o bar onde aconteceu a chacina?
O local ficou fechado por meses, e algumas mesas de sinuca ainda permanecem no espaço. Hoje, o endereço é ocupado por uma família, que veio de longe e sabia da tragédia.
“Assim que aconteceu o ocorrido, a gente ainda morava no Pará e ficamos sabendo. Quando a gente chegou para morar aqui, o povo tinha muito medo pelo o que aconteceu, mas como nós não achamos outra casa, viemos morar nessa mesmo”, contou a atual moradora, Ana Carolina dos Santos.
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