O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), admitiu a possibilidade de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possa realizar a compra de grãos no país caso o agro passe por uma crise diante do atual cenário, em que o preço da saca de soja caiu, assim como dólar está em queda. Sem citar nomes, o ministro ainda aproveitou para rebater um produtor ligado a uma entidade representativa de que não precisa de migalhas, que na verdade se trata de Lucas Costa Beber, vice-presidente da Aprosoja-MT.
Fávaro disse que é preocupante o atual cenário, é preciso estar atento e cuidar das políticas públicas que visam trazer estabilidade para o homem do campo, lembrando que durante os governos anteriores do PT foram realizadas políticas públicas de incentivo à produção, de incremento de produção, de agroindústrias, como exemplo do biodiesel e etanol de milho, além de investimentos na infraestrutura, logística, rodovias e foi nesse período que nós tivemos a ferrovia chegando a Rondonópolis e Alto Taquari.
O ministro, que é de Mato Grosso, aproveitou para citar algumas obras que ocorreram durante as gestões de Lula e Dilma, como a própria BR-163, que apesar de todos o problemas, teve avanços, assim como a BR-364, no trecho que o posto Gil a Rondônia, e BR-242, no trecho de Sorriso até o limite do Parque do Xingu. Todas elas, segundo ele, teriam ocorrido nos anos do governo petista e trouxe competitividade.
“E é assim que nós temos que continuar fazendo. Além disso, em caso de não conseguir com as políticas públicas de incentivo ao consumo de grãos e alimentos, carnes, fibras, manter os preços estabilizados, nós temos que ter a intervenção do governo, apoio à comercialização e o Ministério da Agricultura fará o que for necessário”, comentou.
O responsável pela Pasta da Agricultura e Pecuária do país contou ter participado do 1º Congresso Nacional da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), em Brasília, na semana passada, e falou exatamente desse cenário econômico e da necessidade de incentivar o consumo de soja, de milho, pra ver se os preços crescem.
“Tem que estar com a preocupação sanitária muito forte, veja a gripe aviária chegando no Brasil, mas ainda mantendo o status do Brasil de livre de gripe aviária, graças ao bom sistema de defesa que o Brasil tem. Isso é a garantia de consumo de milho nas granjas, de frango, de suínos. Isso garante um mínimo de estabilidade, mas caso não seja possível, nós temos que entrar em intervenção através da Conab com programa de garantia de preço mínimo”, apontou, lembrando então da crítica recebida da parte de Lucas, que alegou que os produtores não precisam de esmola, mas de investimentos em infraestrutura.
“Mas, aí, muito me estranha que um vice-presidente de uma entidade representante dos produtores que os produtores não precisam de migalhas, nem de esmola, então se não precisa, deixamos então o recurso público para outras políticas”, rebateu.
Desde o início da gestão, Fávaro vem defendendo uma reestruturação na Conab e cobra que ela volte ao Mapa, já que atualmente o órgão está ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em reunião, no início deste mês, na Frente Parlamentar da Agricultura ele chegou a dizer que não existe Ministério sem a Conab.
Essa discussão sobre a reestruturação da Conab também passa pela renovação da política de estoques públicos. Atualmente, muitos estoques estão zerados, de forma que o governo não consegue influenciar no preço de alimentos em casos de altas inesperadas. Fávaro alega ainda que os armazéns para estocagem não precisarão ser, necessariamente, da Conab. O importante será ter uma estratégia desenhada.
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