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Movimentos de Mauro ofuscam Fávaro e permite União Brasil sonhar com dois senadores em 2026

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Se o fim das eleições majoritárias de 2022 colocou o governador Mauro Mendes (União) como maior liderança em oposição a gestão federal e o alçou o senador Carlos Fávaro (PSD) a ministro da Agricultura e maior liderança em Mato Grosso com apoio da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em menos de 6 meses após o início da nova presidência, o cenário já é diferente.

O governador Mauro Mendes realizou vários movimentos no qual iniciou a construção de uma ponte junto ao governo federal, tendo deixado, inclusive, o ministro Carlos Fávaro de fora do momento mais marcante dessa nova relação de MT com a gestão Lula: A passagem do controle da concessão da BR-163 para o governo do estado.

Tanto no evento em Brasília, convocado pelo próprio presidente Lula e com a presença de vários ministros, quanto em Mato Grosso, organizado pelo governo do Estado e com a presença de deputados federais e todos os senadores de Mato Grosso, Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, não esteve presente na ação que promete ser a solução dos problemas do principal corredor de escoamento da produção de agronegócio de Mato Grosso.

Repercussão para 2026

Historicamente, Mato Grosso não elege dois senadores do mesmo arco de aliança em eleições com duas vagas. Em 2018, por exemplo, os vencedores foram Jayme Campos e Selma Arruda, de grupos diferentes, em 2010 foi Pedro Taques e Blairo Maggi, também de grupos diferentes, e o mesmo em 2002, quando foram eleitos Jonas Pinheiro e Serys Slhessarenko, também de de alianças opostas.

Contudo, a movimentação do governador junto ao governo federal, somando ao fato de que o setor do agronegócio ainda não “fez a pazes” com Carlos Fávaro, tem permitido o União Brasil não apenas ter dois candidatos ao Senado em 2026 – Jayme Campos (União) à reeleição e Mauro Mendes – , como vencer com os dois. 

Isso porque Mauro e Jayme têm assumido a interlocução do governo federal com o agronegócio em Mato Grosso, mesmo sem serem aliados de Lula. A ideia é avançar sobre lideranças do agronegócio e municipalistas como forma a enfraquecer uma eventual candidatura à reeleição de Carlos Fávaro ao longo dos próximos anos.

O novo trunfo

Mauro já recebeu em Mato Grosso vários ministros da nova gestão e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ter mantido viagens à Brasília com frequência para reuniões com membro do primeiro escalão do governo federal. Também fez elogios públicos ao novo presidente e a gestão federal devido ao tratamento dado aos governador.

Mas, além disso, Mauro Mendes tem um novo trunfo nessa construção: Elevou o Escritório de Representação de Mato Grosso (Ermat) em Brasília ao nível de secretaria de Estado, sob a liderança do médico e ex-deputado federal Leonardo Ribeiro Albuquerque, o Drº Leonardo (Republicanos). Antes, o órgão era uma secretaria-adjunta vinculada à Secretaria de Estado da Casa Civil.

Esse movimento tem como objetivo aumentar a força do governo de Mato Grosso em Brasília e a escolha de Leonardo para o cargo, vista por alguns como uma forma de agradar o Republicanos, se deve principalmente ao bom relacionamento do parlamentar com todas as vertentes políticas. 

Drº Leonardo possui boa entrada com parlamentares de todas as siglas e é visto como nome ideal para cimentar uma boa relação com o governo federal com uma gestão petista e ao mesmo tempo manter uma relação próxima com as entidades do agronegócio sediadas em Brasília e o setor empresarial.

O contragolpe

O ministro Carlos Fávaro, no entanto, possui uma cartada na manga para ganhar terreno em Mato Grosso: O BID Pantanal. O programa prevê 500 milhões de dólares em investimentos de saneamento e infraestrutura em municípios do Pantanal, os quais estarão sob a administração do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Além disso, ele também tem a favor tempo para recuperar prestígio junto ao agronegócio local com Plano Safra, linhas de financiamento para construção de Armazéns e entrar na luta pela logística com a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico) e a Ferrogrão.

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