O delegado Sérgio Ribeiro, da Polícia Civil de Sinop, disse que as investigações do acidente entre a Honda CG e o VW Gol no último domingo (21) no Jardim Veneza, que resultou na morte de Thais dos Santos Pontes, de 26 anos, (grávida) apontam que ela era passageira da motocicleta. O condutor era seu esposo. Conforme Sérgio, a polícia investiga agora a responsabilidade do acidente, já que o condutor do carro que chegou a fugir do local foi detido, posteriormente, pela Polícia Militar e encaminhado à delegacia no mesmo dia.
“O que você tinha ali, juridicamente naquele instante, era um crime de lesão corporal culposa, culposa no trânsito. A lesão corporal ela exige a representação da vítima ou de algum dos seus familiares, tendo em vista a possível incidência do crime de omissão de socorro. O delegado autuou o cidadão por omissão de socorro, fez um termo substanciado e o cidadão foi colocado em liberdade, como estabelece a nossa legislação. É importante dizer que os procedimentos iniciais foram todos tomados adequadamente”, disse.
“A vítima foi socorrida ao hospital, submetida aos tratamentos que deveria receber em caso de acidentes e, infelizmente, não conseguiu resistir. Nós vamos investigar as causas do acidente, a dinâmica do acidente, para depois apontar o culpado. Hoje (23) foi realizada uma perícia no local e como os veículos não ficaram no local e só uma perícia direta realizada através dos danos materiais em ambos os veículos, de outra forma também para reconstituir a dinâmica do acidente, a via foi localizada”, acrescentou.
O delegado também afirmou que não houve teste de bafômetro no condutor do carro. “O cidadão foi conduzido aqui para delegacia num final de semana, no dia do acidente, os policiais ao atenderem a ocorrência inicialmente não o submeteram ao teste do etilômetro porque ele não tinha característica nenhuma que indicasse que ele havia ingerido bebida alcoólica, senão os policiais teriam submetido ao teste e teriam constatado até porque demora mais de 12 horas para ser digerido o álcool, sair do seu organismo. Então, inicialmente, ele não apresentava sinais de embriaguez”.
Segundo, Sérgio, apesar de uma câmera ter flagrado Thais sendo arremessada, a imagem não mostra o momento exato da colisão. “Uma testemunha que presenciou o fato, a qual noticiou também que o condutor do veículo não estava em excesso de velocidade, que ele estava dirigindo moderadamente. Então é tudo isso nós estamos montando lá no local do fato. Não há câmeras de segurança que pudessem demonstrar exatamente como aconteceu o acidente. As imagens que foram obtidas ali foram de lojas que pega apenas o pós-acidente, não ajudam muito. Então, reconstruindo essa história do acidente, nós vamos poder dizer ao final do inquérito se o condutor A ou o condutor B deram causa a esse tipo de acidente”, destacou.
“Ele (condutor do carro) informa que estava dirigindo, seguia pela rua Maravilha e que parou no cruzamento, olhou para um lado e quando foi avançar, aí que ele viu a moto que vinha em alta velocidade do lado esquerdo. Ele informou e nós teremos que verificar porque está no depoimento de um dos envolvidos do acidente. Tudo isso tem que ser verificado que talvez, o motociclista estivesse sob influência de algo, o que também não foi esclarecido até o momento”, disse
A equipe policial também constatou que não havia placas nas ruas. “De antemão nós já vemos uma situação aqui que precisa ser tratada também, por exemplo, ao local do acidente não há placas de sinalização indicando quem tem a preferencial. São duas ruas, teoricamente, quando você tem uma rua, é uma avenida preferencial de quem está na avenida, você tem um entroncamento em “T” preferencial de quem está de quem vai entrar, tem que ceder a preferencial nesse caso, não havia placas de pare então, não havia placas indicando de quem era a preferência”, avaliou.
O delegado também voltou a ressaltar que o condutor envolvido no acidente deve permanecer no local. “O que o Código de Trânsito diz é que você deve fornecer socorro. Você não precisa necessariamente tentar socorrer a vítima porque, talvez, se você não tiver capacidade técnica para socorrê-la, você pode acabar agravando o estado de saúde dela. Naturalmente, se você se envolveu em acidente com alguém algum ferido, a primeira coisa pega o telefone, ligue para o Corpo de Bombeiros, para emergência, que você vai ter um atendimento profissional em pouquíssimo tempo naquele local, esses profissionais socorreram a vítima da melhor forma possível. O artigo 302 deixa claro que aquele que prestar socorro ou providenciar o socorro ligou para a emergência, ligou para a polícia, para a Polícia Militar, com o bombeiro, a esse cidadão não será imposta a prisão em flagrante. É um direito concedido aquele que socorre quem se acidentou”.
A Polícia Civil agora aguarda os laudos para concluir a investigação. “O mais importante aqui é que esclareça a população o que aconteceu, qual foram os desdobramentos, desdobramentos. Infelizmente não tinha uma câmera ali, porque se tivesse uma câmera ali, os peritos fariam um trabalho muito mais comum, com muito mais simplicidade. Ficaria, esclarecesse disso e ficaria inquestionável. Então, quando a gente utiliza o verbo, os laudos, já vai esclarecer uma parte, você não vai confiar só no depoimento de testemunha. Então é importante demais a gente terminar esse inquérito e punir aquele que tem que ser punido”, concluiu.
Conforme já informamos o esposo de Thais foi socorrido com escoriações e uma suspeita de fratura na perna. Ela e o bebê foram sepultados na terça-feira, em Sinop
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